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Fad​á​rio Dizimado

by Morte Rubra

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1.
Pressentimentos de premonições Revelam um futuro de sangue Infaustas revelações de meu fadário Além de mim não enxergo ninguém Nem uma mão sequer para limpar o pranto Naquele leito de miséria só há as lágrimas que juntei A consciência que adquiri estava conturbada O riso que tive foi de falso alento As quedas que tive no caminho faziam parte da trilha E no pico da montanha só havia o meu espírito que me esperava Foi loucura a forma que dei significado a tudo Foi sempre por medo de encarar as coisas como são Eu sou o meu próprio medo e responsável pela tumba ali exposta Eu sou minha própria morte E culpado por todos os crimes que cometi a mim mesmo Serei julgado pelo abismo porque os juízes desistiram da tarefa Criei as leis e as ditarei para meu fim Apagarei a minha história e assim descansarei dessa desventura
2.
Olhando desse campo o encanto que me traz Uma paz serena vinda dessa pureza aqui presente Sei que existo nesse exato momento De me libertar Ao meu alcance está o meu próprio Eu Que sempre se esconde Fugindo da verdade Aceitando a mentira Travado na cegueira que o corrompeu Eu só quero absorver a mágica da natureza E ter minha alma limpa mais uma vez Um novo recomeço Deixando o meu antigo Eu para trás E para o nunca mais É lançado o seu destino Para vir novas possibilidades que irão dar mais sentido a sua existência Nada como acordar mais uma vez E poder sentir novas sensações Estar se recriando a todo instante Nunca se prendendo ao peso da existência que lhe é cobrado Uma diferença a tudo que existe E se reconhecendo
3.
Suplico por respostas Mas elas se calam Quanto mais me conheço Mais me anseio em sumir Vagueio em direções incertas Feito um espírito errante Ouvindo cantigas de trovadores da morte Na vastidão do tempo O encanto se dissolve E meu presente se culmina em cinzas De um passado morto Ao meu redor vejo tudo sem vida E eu como um corvo a observar A putrefação dos meus sonhos Todos os meus sonhos não passam apenas de ânsias inalcançáveis A desilusão é um espelho cadavérico Pondo-me cara a cara com o vazio Estou sozinho como sempre estive Agora estou lúcido para morrer Deitando no leito da morte Donde meu corpo será apenas um banquete para os vermes E para todo o sempre Sete palmos abaixo da terra
4.
Como a valsa da ciméria que ecoa Despercebida pela turbulência Na solidão da mais profunda melodia Assim somos nós nesse mundo Não somos para ser ouvidos Só queremos alguém Mas todos foram embora Uns partiram em busca de aventuras Ou por ter nos achado entendiantes Outros faleceram sem se despedir Nesse agora só habita a carência A sede por um cálice que nos tire da realidade Esperando tempos melhores de um destino que nada promete Talvez estejamos desvairados A dor pode nos tirar o juízo E como a valsa triste, cá estamos Buscando ecoar em outros ouvidos Interligar com algo além daqui E se há um horizonte, está longínquo Esses joelhos calejados fraquejarão até lá E até lá, que haja sempre a música Em seu deleite esplendor Que haja música para o desgraçado Que haja repouso para o mazelado Cantemos enquanto houver voz Para espantar os sentimentos atrozes
5.
Revelei todas as minhas mágoas Expus toda a minha dor Para que todos vissem que aqui dentro alguém se desespera Foi um suplício ignorado Taxaram de vergonha Falei em diversas linguagens Executei em todos os ritmos Mas ninguém me ouviu Permaneci no silêncio Ignorando a todos e até a mim mesmo Num grande vácuo do esquecimento Estive calado em um horizonte ilusório Neguei todas as verdades sem questioná-las Aceitei o fim antes chegada Aticei fogo em todas as fotografias Escarneci o meu ego Vi que nada tem importância De nada vale a subjetividade que projetei Meu mundo está em chamas Não olhem na minha cara E não me digam mais nada Encaro tudo que me deixa pra baixo E me ponho mais pra baixo Descendo para uma maré lúgubre Para um vazio absoluto Tudo parece tão injusto Todas as leis estão contra mim Essa causalidade vai contra a minha própria natureza Eu nem queria estar aqui
6.
Mãos Vazias 04:50
O mundo se tornou um lugar inabitável Carreguei bastante tragédia até chegar nesse precipício Meu fim veio há muito tempo Não sei o que estou fazendo aqui Minha mente se prendeu numa distopia A minha frente vejo um telúrico horror Acordo pasmo. Foi mais uma noite de pesadelos Volto a cansativa realidade E assim vivo De todos os sabores provei o mais amargo Sou um palhaço rindo na forca Apesar do desastre continuo o show E quando desaba, vem me a culpa a abalar Anos após anos preso nessa inércia A falta de ânimo me torna desprezível Na certeza de que não sou nada Vejo um imenso vazio me sucumbindo Não tenho virtudes a oferecer E nem determinação para as ter Vejo tudo apodrecendo Enquanto deitado assisto a tudo desmoronar Não tenho virtudes a oferecer E nem determinação para as ter Fraco demais para morrer Fraco demais para viver
7.
Nessa manhã sob o céu cinzento Tenho as visões de tudo que foi perdido Assim como essas árvores secas que um dia já tiveram folhas verdes O chão está repleto de lixo e toxina O ar podre tira o aroma e a fragrância do que poderia ser puro Assim como os meus momentos de alegria Um dia já tiveram cor Um dia já foram limpos Agora tudo foi devastado Não há um florescer Está tudo morto As esperanças vagam sob a miséria A procura de um resplandecer Enquanto choram vendo tudo morrer Vagando perdidos Em um mundo arruinado Vendo pessoas se matarem Vendo almas carentes pedindo por ajuda Cada um morrendo sozinho Em mortes invisíveis a nossa fuga por sobrevivência Vagando pela miséria Tentando sobreviver Matando para não morrer Até não restar forças e se diluir no caos
8.
Não teremos caixões para nossos cadáveres E nosso jazigo será em uma rua qualquer Como se fôssemos lixos Na vida somos passageiros de uma única viagem Para sermos soterrados Continuaremos existindo na memória Daqueles que estiveram conosco Mas morreremos pra sempre até que se esqueçam Nesse pós-apocalipse ninguém me restou Ninguém se lembrará de mim Muitas pessoas também perderam suas famílias Nós iremos partir como se nunca estivéssemos existido Estamos unidos na dor do esquecimento e da perca Conectados ao mesmo lamento Mas não podemos nos tocar Somos estranhos vendo um ao outro perecer A guerra cessou e destruiu todo planeta Armas nucleares fizeram países sumirem do mapa E os sobreviventes se agonizam lentamente em seus corpos dilacerados Pedindo para morrer

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released May 24, 2018

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Morte Rubra is a brazilian duo founded in mid 2018 at northeastern Brazil

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